de maior dimensão e maior profundidade. As lagaretas serão mais pequenas e pouco profundas. Estas construções são constituídas por uma pia, como acima se disse ligeiramente inclinada e de forma retangular, quadrada ou redonda, onde se esmagavam as uvas, um canal de escoamento e, em vários casos, um pio (ou até dois), onde caía o líquido. Quando não existe o pio, deduz-se que o mosto seria recolhido em vasilhas de madeira ou de cerâmica.
Nalguns casos, estes lagares possuíam uns buracos de poste que se pensa servirem para suportar uma estrutura de madeira para a prensagem das uvas.
Não existem certezas sobre a data de construção ou utilização destes lagares rupestres, visto escassearem vestígios arqueológicos nas zonas envolventes. Apontam-se ligeiras hipóteses de que os Romanos tivessem algo a ver com estes engenhos, mas há estudiosos que se inclinam para épocas mais tardias (séc. VIII, IX,X).
Em Chãos são conhecidas duas lagaretas: uma situada perto de um moinho nas margens da ribeira Teja; a outra situada numa vinha do vale dos Canais (ver fotos abaixo).
Lagareta da zona dos moinhos – possui uma pia ligeiramente inclinada, de forma retangular um pouco irregular. O canal de escoamento é bem visível, mas não possui nenhum pio. No entanto, existe altura suficiente por baixo do "bico" para colocação de vasilhas (ver fotos – fig 1 e 2).
Lagareta dos Canais – Levantam-se algumas dúvidas sobre se este reservatório será realmente uma lagareta. Possui uma larga pia picada à mão, mas não se deteta o canal de escoamento. No entanto, do lado nascente, existem rasgos e fissuras na rocha que porventura poderiam servir de canal natural. Além disso, observa-se um pormenor importante: a existência de dois buracos de poste, um frente ao outro e que supostamente serviriam de apoio a estruturas para prensagem das uvas (ver fotos – fig 3 e 4).
(Texto e fotos de Iracema Leitão)
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