terça-feira, janeiro 19, 2010

Terra de magníficos castanheiros





Uma das maiores árvores que conheci nesta terra, e fora dela, foi o castanheiro que existia na antiga quinta dos conterrâneos Flávia e José Monteiro. Tinha um tronco enorme, (seriam necessárias cinco ou seis pessoas para o circundar), uma altura e um diâmetro grandiosos. Em tempo de castanhas e dias de temporal ali se podia apanhar uma grande quantidade de castanhas martaínhas – as de melhor qualidade.
Veio a sucumbir tempos mais tarde às mãos e serra de madeireiros, pois os seus troncos sadios e enormes eram muito cobiçados.
Com estas imagens se preserva a memória da grandiosidade de tal árvore, que se divulga e que devia ter sido declarada património concelhio.

Não é por mera coincidência que a imagem de entrada no blog, pelo menos temporariamente, é um castanheiro. De facto as castanhas e os castanheiros dos Chãos são de elevada qualidade, não temendo comparações. Esta é uma árvore típica da aldeia e seguramente a mais rentável numa agricultura depauperada.
Quantas toneladas de castanhas se juntariam em cada campanha nesta pequena aldeia…
E como a pequenada, noutros tempos, vibrava, correndo atrás dos camiões que iam carregar as castanhas ( e as batatas , no tempo delas) apanhando boleia, pendurados nos taipais, junto à Igreja, até ao cruzeiro.. . Aí chegados, terminada a subida, tinha de saltar rapidamente, antes de os camiões ganharem velocidade, pois de outro modo lá paravam de cangalhas no meio da estrada de terra batida, quando não era na lama, em tempo chuvoso.
Recordações de que muitos de lembrarão….
Beirão (2010-01-19)

sábado, janeiro 02, 2010

Bom Ano!!!

---------------- 2010 ----------------
Começou mais um ano.
Lembrando os tempos de inverno, a chuva, o gelo, o granizo e a neve, que nos prepararam para as coisas difíceis da vida...
E nesta altura, em breve, os cantares das janeiras, de porta em porta, recebendo figos secos, nozes, amêndoas, etc., produtos da terra e guloseimas da época, que sabiam tão bem.
Como sempre, foi possível repartir do pouco que havia e semear alegria.
Belas memórias as desta aldeia ...
Durante este novo ano, espero que os conterrâneos de Chãos apareçam neste nosso blog, contem as suas vivências e histórias, ou as dos seus ascendentes, juntem fotos antigas ou novas, e, em conjunto, façamos a história desta terra que vem de longe.
Por certo, os mais novos, que vêem agora uma aldeia menos habitada, hão-de querer saber que já aqui habitaram quatro ou cinco centenas de pessoas e que os tempos eram muito diferentes... Nesse tempo até o circo vinha à aldeia. E chegavam a pagar-se as entradas com ovos, batatas e outros produtos agrícolas de que os artistas também careciam...
E que nesta aldeia onde não temos onde beber um café, chegaram a funcionar três ou quatro tavernas, onde se vendia quase tudo...
Lembram-se?
Então escrevam e peçam aos mais idosos que lhes falem do passado e das suas histórias.
Beirão