sábado, fevereiro 27, 2010

O Senhor dos Aflitos



O Senhor dos Aflitos foi construído por um devoto que em hora de aflição foi ouvido nas suas preces.
Encontra-se edificado sobre o reservatório de água local, pois ali vem desaguar uma mina de captação de água que abastece o chafariz, o bebedouro dos animais e o lavadouro público, que se encontram em frente, a cerca de vinte metros. Água, de muito boa qualidade e com fartura, que abasteceu, ao longo dos tempos,toda a povoação servindo ainda para regas (mas disso falaremos noutra oportunidade).
Beirão (2010-02-27)

terça-feira, fevereiro 16, 2010

A lenda ou a realidade

Esta pedra granítica, rudimentarmente esculpida e inserida na parede do pequeno jardim que ladeia o Senhor dos Aflitos, no largo da Igreja e da Fonte, é lendária.
Habituei-me a vê-la desde pequeno como um "monumento" dos mais antigos dos Chãos.
Ali se representa, como se vê, vagamente, uma figura humana de braços em cruz.
Consta, ao longo dos tempos, que naquele local, um homem foi salvo da execução por um mensageiro que chegou de Outeiro de Gatos com uma missiva que lhe salvou a vida, no último momento (não esqueçamos que Outeiro de Gatos, tal como Chãos, eram parte do mesmo concelho de Casteição…).
Não conheço de fonte segura a origem do oráculo levantado ao Senhor dos Aflitos a cerca de vinte metros, mas terá sido mandado erigir exactamente pelo homem que, salvo, manifestou daquela forma a sua gratidão a Deus.
Em terra de muita fé, coragem e alguma ciência (fé, coragem e ciência… era o lema dos Descobrimentos) ao longo dos tempos foram levantados marcos religiosos importantes de que falaremos aqui a pouco e pouco: A capela ou Igreja de Santo Amaro, O Senhor dos Aflitos, o Cruzeiro à entrada da aldeia e a Senhora dos Caminhos.
Espera-se dos amigos e naturais de Chãos que escrevam aqui as suas memórias ou comentem o que se vai escrevendo, enriquecendo este património comum.
Beirão (2010-02-16)

sábado, fevereiro 06, 2010

Santuário de N. Srª de Vila Maior

Situa-se na Quinta de Vila Maior, esta pequena capela e “remonta provavelmente ao século XIII. Numa sondagem efectuada na área envolvente, identificaram-se vestígios de antiga ocupação, talvez romana, nomeadamente fustes, capitéis e bases de colunas. Foram encontrados igualmente materiais medievais como silhares siglados e uma aduela decorada com motivos enxaquetados, elementos que sugerem ter-se ali edificado um templo durante a época românica. A essa estrutura estava associada um enterramento, de que se reconheceu uma tampa em estola, decorada com elemento bifurcado. A 100 m da capela, existe uma sepultura escavada na rocha, de cronologia ligeiramente anterior à da edificação românica. Nos séculos seguintes, a pequena capela ganhou prestígio e instituiu-se como ponto de romaria local…” ( in PORTUGAL Património- Guia – Inventário, Volume IV – Viseu – Guarda, pág. 150- Círculo de Leitores).
A capela está dedicada e conhecida por Nª Sª de Vila Maior. Depende e pertence desde tempos remotos à aldeia de Chãos, que em 1881 e 1897 (datas ali inscritas nos muros frontais do átrio coberto da própria capela) beneficiou e recuperou a capela existente. Por essa altura, aproveitando as obras, à sombra do estatuto de sede da freguesia e residência paroquial, com evidente cumplicidade da Igreja, apropriaram-se ilicitamente da imagem original que se encontra na capela de Nª Sª da Assunção, em Casteição. Esta delapidação criou grandes conflitos e inimizades entre Chãos e Casteição, durante décadas.
A aldeia de Chãos celebra no local a sua mais concorrida festa anual, no último domingo de Maio.
Do adro, situado a cerca de 600 m de altitude, alcança-se vasto panorama, com vistas de várias povoações em redor, entre elas, Chãos, Casteição, Prova, Torre, Terrenho, Aveloso e outras, que se perdem ao longe por montes e vales.
Ali se encontra também um belo parque de merendas no conjunto de melhoramentos mais recentemente introduzidos, com novas edificações, nomeadamente para missa campal, que tornaram o local ainda mais aprazível.
Beirão (2010-02-06)