terça-feira, dezembro 24, 2013

Feliz Natal 2013

                                                           (Foto de Iracema Leitão)

Aos naturais e amigos da nossa aldeia, espalhados pelo mundo, bem como às suas Famílias, desejamos um Feliz Natal, onde quer que se encontrem!

Correspondência recebida do BRASIL

"Senhora Iracema,
Boa Tarde.
Sou do Brasil,e,pesquisando sobre a historia de Vila Nova Foz de Coa,encontrei o blog Chãos de Meda,e,fiquei muito feliz ao encontrar sua receita de Filhós.
Tal receita  fez com que eu me recordasse de minha avó Gracinda que toda véspera de Natal,fazia deliciosos filhós,e,eu aprendi a gostar desta delícia.Minha familia ainda faz toda véspera de Natal,é uma tradição,e,eu já com meus 59 anos,hoje me senti uma criança de 7 anos que não via a hora de provar esta iguaria.
Meus avós eram de Marialva e Moreira de Rei,e,eu estou pesquisando sobre meus antepassados,na tentativa de descobrir o que aconteceu com os registos de 50 anos de Marialva,pude me deparar com seu blog.
Muito obrigada por sua receita.
Um grande abraço.
Mari L. Augusto
S.Paulo/Brasil
milaugusto@yahoo.com.br"


P.S. - Tomamos a liberdade de publicar o mail antecedente, uma vez que poderá alguém da nossa zona ter conhecido os antepassados e facultar quaisquer elementos a esta nossa leitora. AM

terça-feira, dezembro 10, 2013


(Foto de Iracema Leitão)

Filhós da minha terra (Beira Alta)

1 kg de farinha de trigo tipo 65 ou 55 //* 40 gr de fermento de padeiro, bem fresco //* 1 colher ( sobremesa) rasa de sal //* 10 a 12 ovos, conforme o tamanho //* meio copo (vinho) de azeite //* meia chávena pequena de azeite para amassar //* 1 cálice de aguardente branca //* 1 colher (sopa) de margarina //* óleo para fritar //* açúcar para polvilhar
Antes de começar a amassar, introduza os ovos em água morna e deixe-os ficar. Desfaça o fermento num pouco de água morna-fria, aqueça o meio copo de azeite e derreta a margarina. Num alguidar grande ( 35 cent. diâmetro aprox.) coloque a farinha e abra-lhe uma cavidade ao meio. Deite aí o fermento dissolvido, vá mexendo com colher de pau (ou com a mão). Acrescente o azeite quente, a margarina derretida e o sal dissolvido num pouquinho de água morna. Continue a misturar muito bem. Comece a acrescentar os ovos inteiros um a um, mexendo sempre para ligar a massa. Por fim junte a aguardente. Com a mão vá despegando a massa do fundo e dos lados do alguidar, de forma a ir formando uma bola consistente. Tenha ao lado aproximadamente meia chávena pequena de azeite morno para ir untando a mão ao amassar. Com o alguidar encostado à parede da banca vá sovando e "apunhando" a massa com o punho fechado. Deve incidir no meio e pelo fundo da massa, de forma a que ela erga. Para ter sucesso, a massa deve ser muito bem sovada e apunhada (20 a 30 minutos e molhando de vez em quando a mão no azeite). Vá despegando e puxando a massa do fundo e dos lados para bater uniformemente. Se a massa estiver dura, acrescente um bocadinho de leite morno; se estiver mole, um pouco de farinha. Terá de apunhar a massa até que surjam frequentemente e à superfície da mesma os "calos" ou bolhas de ar, pormenor obrigatório para dar por terminada a tarefa de amassar. Para levedar, disponha a massa, em bola, no centro do alguidar, cubra-o com um pano branco, enrole-o num cobertor e coloque-o num ambiente de temperatura amena e longe de correntes de ar. Ao fim de duas a quatro horas ela terá aumentado para o triplo. Entretanto coloque em lume forte (mas não muito, pois a massa pode tostar ou queimar) uma frigideira funda com bastante óleo para que as filhós flutuem. O alguidar com a massa deve manter-se na área do fogão, bem protegido no fundo e nos lados. Ter igualmente à mão o resto do azeite morno, para untar as mãos ao retirar e modelar os pedacinhos de massa. Antes de começar a fritar, com as mãos untadas, retire com cuidado e em pedacinhos a crosta que se formou à superfície da massa levedada. Modele com eles uma bola untada com azeite para fazer a "filhó das côdeas". Depois passa-se à fritura das filhós (uma de cada vez) : com as mãos untadas, retira-se um pedacinho de massa do tamanho de um ovo (ou menos) e vai-se pressionando e esticando com os dedos, girando à volta, de forma a fazer uma rodela fina de aproximadamente 15 centímetros de diâmetro (maior ou mais grossa conforme os gostos, mas as finas são deliciosas). Para quem tiver mais dificuldades, pode estendê-las sobre as costas untadas de um prato raso. Um detalhe importantíssimo a ter em conta nesta variedade de filhós: ao estendê-las não se devem deixar buracos! Segurando com as duas mãos na parte superior da rodela, deita-se a massa na frigideira. Com um garfo ou gancho comprido e de preferência com um bico, mexe-se a filhó e, quando já estiver loura, vira-se imediatamente. Quando a parte de baixo estiver uniforme, retira-se com o bico do garfo, coloca-se num prato grande e polvilha-se de imediato com açúcar. A face polvilhada será a que geralmente fica mais funda. O processo de fritar é muito rápido e daí a necessidade de redobrar a atenção. Para não secarem, nos dias seguintes devem proteger-se com saco de plástico.
Notas: - O fermento de padeiro compra-se em padarias ou nas grandes superfícies (existe em cubos de 25 gramas para meio quilo de farinha). A quantidade de fermento a usar não é rígida, tudo depende do amassar, da qualidade das farinhas e das experiências que se vão realizando. O fermento de padeiro pode também ser substituído por 50 gramas de massa fresca de pão ou por saquetas de fermento seco.
-  Se usar apenas meio quilo de farinha, e para que o acto de amassar se torne menos cansativo, experimente usar a máquina de fazer pão no programa "Amassar" e depois sove a massa até à formação de bolhas.
-  Para obter bons resultados, não deve usar a farinha normal para bolos e sim uma farinha especial para massas fritas ou massas lêvedas, como a acima indicada. Pode adquirir-se nas padarias e grandes superfícies.

Por Iracema Leitão

segunda-feira, dezembro 09, 2013

O Natal na aldeia de Chãos

 
Chega o frio e aquela aragem ou vento norte que afia o nariz e as orelhas, no inicio do dia e nas noites frias de Dezembro.
As lareiras e o aquecimento são indispensáveis ao conforto dos lares.
Alguns dias de chuva comparecem habitualmente.
O Inverno anuncia-se, pelo despir completo das árvores de folha caduca, as geadas matinais, a adoração dos lugares soalheiros.
Chega a quadra do Natal e anima-se a memória dos cheiros, dos sabores e da intemporalidade desta época.
Lembram-se das fornadas de pão que antigamente se coziam no forno público, aproveitando nesta quadra para cozer algumas especialidades da época? Os biscoitos, as bolas de azeite ou de carne, alguns mimos que as nossas mães conseguiam incluir nos seus milagres de alimentar a família no dia a dia, sempre com tão poucos meios e tanta boa vontade!
Tempos de fé incondicional de quase todos, de presépio, com o musgo e as figurinhas que voltavam todos os anos a dar vida a um canto da igreja e a criar uma auréola de vida e magia nos mais pequenos, amaciando o coração dos mais velhos.
Todos os anos se fazia uma grande fogueira ao redor da qual, todos os anos, principalmente os homens, consumiam os vinhos e petiscos que uns e outros ali faziam chegar.
A comunidade era marcante nesses tempos da minha infância, em que todos tinham pouco, muito pouco. Lembra-me a solidariedade, entreajuda, magnanimidade, boa vontade de repartir o pão e a esperança.
O tempo de Natal, na sua magia e também religiosidade, era marcado pelas especialidades desta época, os biscoitos, as filhós, o arroz doce. Só nestas alturas ou em festas especiais se faziam com alguma abundância e apareciam na mesa dias seguidos, mesmo quando nós já receávamos que tivessem acabado.
A seguir se publicará neste blog a receita de uma das preciosidades da doçaria da nossa aldeia. Estejam atentos, pois poderão ter ao vosso alcance a sabedoria de séculos, e beneficiar de uma receita das famosas filhós que já é difícil encontrar com aquele sabor que nos encantava.
Antero Monteiro

domingo, setembro 22, 2013

Emigração portuguesa através dos séculos ( II )

   Mala de estrutura de madeira e exterior de cartão prensado.
   Estima-se que seria usada na primeira metade e meados do século XX.

    A tendência dos portugueses em emigrar oceano fora viria a alterar-se com a afluência a países europeus, sobretudo a França, em virtude da necessidade de reconstrução deste país após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) e das dificuldades por que passavam essencialmente as populações rurais em Portugal. É entre 1946 e 1955 que irá iniciar-se uma nova fase da emigração portuguesa, que decorrerá até meados dos anos 70. Foi neste período que se registaram os valores mais elevados da emigração em Portugal, podendo afirmar-se que entre 1960 e 1974 terão emigrado mais de 1,5 milhões de portugueses.
    Destas saídas o maior número são clandestinas. O máximo de saídas foi registado em 1970, sendo ilegais mais de metade. Entre 1969 e 1973 pelo menos 300 mil portugueses saíram ilegalmente do país, “a salto”, como era corrente dizer-se.
    Este fenómeno (emigração para a Europa) verificou-se essencialmente durante a Guerra Colonial. Daí que muitos o fizessem para “fugir à tropa” e não apenas por questões económicas. Na década de sessenta o principal destino foi a França, mas, nos primeiros anos da década de setenta, a Alemanha começou a surgir como destino preferido.
    Actualmente tem-se verificado um fenómeno emigratório de características bem diferentes, visto que se trata, na sua maioria, de gente qualificada. Na verdade, mais de metade destes emigrantes são jovens que completaram o Ensino Secundário ou Superior. Partem devido ao aumento do desemprego nacional e aos baixos salários. Os destinos não são muito diferentes: França, Suiça, Angola, Moçambique, Brasil, Inglaterra…De salientar que nestes emigrantes se incluem investigadores, pelo que estamos a exportar importantes recursos humanos qualificados, recebendo em contrapartida mão-de-obra barata e sem qualificação.
Texto e foto de Iracema Leitão

quarta-feira, setembro 18, 2013

Emigração portuguesa através dos séculos ( I )

 
Monumento ao Emigrante
erigido pela Junta de Freguesia de Casteição,
num dia muito especial dedicado aos emigrantes, sobretudo de Casteição e de Chãos.
(mês de Agosto)

 
 Desde o século XV que Portugal se lançou nos caminhos da emigração, sendo os primeiros destinos os territórios descobertos e conquistados: Norte de África, ilhas da Madeira e dos Açores, Costa Africana, sendo certo que, no final do século XV, cerca de 100 mil portugueses já haviam saído de Portugal. No século XVI, com a descoberta do caminho marítimo para a Índia, a emigração passou a fazer-se ao longo da África Oriental e Índias Orientais, pese embora este fenómeno inicial evidencie mais sinais de colonização do que propriamente de emigração.
     A emigração para o Brasil atingiu maior dimensão devido à descoberta das minas de ouro e pedras preciosas, tornando-se nos séculos XVII e XVIII o principal destino dos portugueses. Também durante o reinado Filipino em Portugal (1580 – 1640), dezenas de milhares de portugueses emigraram para Espanha e suas colónias. Por esta altura, os Portugueses estão espalhados por quase todo o mundo.
    A expulsão dos judeus portugueses no século XV contribuiu igualmente para o fenómeno da emigração, levando ao estabelecimento de diversas colónias de emigrantes nomeadamente na Holanda, na Bélgica, no sudoeste da França, Alemanha, Inglaterra, Turquia… Da mesma forma a política de colonização em África nos anos 30 fez aumentar o fluxo emigratório mais acentuadamente para Angola e Moçambique.
     Relativamente ao Brasil, embora esse fluxo começasse a denotar algum decréscimo, manteve contudo uma grande importância na primeira metade do século XX (anos 30, 40, 50). Em contrapartida, a escolha passou também a incidir sobre novos países do continente americano, como os Estados Unidos da América, a Argentina, a Venezuela, o Uruguai e, após a Segunda Guerra Mundial, também o Canadá.
(Foto e texto de Iracema Leitão)

quinta-feira, julho 04, 2013

Mais fotos da Festa de Nª Sª de Vila Maior 2013




Mais três fotos que nos foram enviadas pelo mesmo conterrâneo (?) cuja publicação adiámos com o intuito de as publicar com a identificação do seu autor.
Agradecemos estas belas fotos que podem ser vistas, no seu tamanho normal, clicando em cima de cada imagem.
Pode ter-se uma ideia da vasta paisagem e dos campos, naquela altura exuberantes e floridos.
Vale a pena uma visita a este local respirando um pouco da tradição e da maravilhosa paisagem que dali se abrange. Aproveite e faça um piquenique, fruindo a natureza, mas também as mesas existentes no local com algumas sombras apetecíveis, principalmente em dias de calor moderado.

quarta-feira, maio 29, 2013

Festa da Srª. de Vila Maior - 26 Maio 2013

 
 
 
 
 


 
 
Recebemos estas belas imagens que deixamos aqui publicadas, esperando em breve ter a identificação da pessoa que as remeteu e que apenas dizia:


 
         "  Envio algumas fotos da festa de Nossa Srª de vila Maior.
           Os sentimentos, o piquenique e a paisagem são inesquecíveis"
 
Publicaremos mais fotos entretanto recebidas, que muito agradecemos, uma vez que proporcionam aos que não estiveram presentes esta ligação aos que estiveram e a este local com tão marcante tradição para a nossa aldeia.
 

domingo, maio 26, 2013

Nª. Srª de Vila Maior



Seguindo a tradição, realiza-se no último domingo de Maio a festa de Nª. Srª. de Vila Maior.
Poderemos  publicar aqui as imagens que nos fizerem chegar em tempo oportuno.
Esperamos que o tempo esteja favorável, uma vez que a previsão local é de "Céu limpo com algumas nuvens e aguaceiros".
Um bom dia para todos.

segunda-feira, abril 29, 2013

Frescura e aromas primaveris nos caminhos de Chãos

                            
                                  
                           O ribeiro do Cardo, que desce acidentadamente para a
                                    ribeira Teja, enquanto alimenta terras e lameiros        

                            Caminho que leva à "lameira da manga"
                                  e segue até à ribeira Teja
                                           

                    Caminho (zona do Cruzeiro) que se encontra em fase de
                        melhoramento com vista à ligação automóvel até Aveloso, a                                     Norte.

                                       Macieira (flor)

Fotos obtidas este fim de semana em Chãos, com um exuberante ambiente primaveril,
da autoria de Iracema Azevedo Leitão. 

domingo, março 31, 2013

A imagem dos Chãos na Google Maps

Caros conterrâneos,

Foi instalado no blog o mapa de Chãos, para ver com rigor a aldeia.

Pode aproximar a imagem e ver mais pormenores ( Povo, Eiras, estradas locais, aldeias mais próximas, etc....) utilizando o zoom.

Clicando sobre a imagem terá acesso ao mapa.
De seguida, se o pretender, pode aceder à vista da rua principal, arrastando o "boneco" amarelo que se encontra sobre o zoom ...
Ficará surpreendido, ao aceder a uma parte importante da aldeia, com grande nitidez.
Boa viagem.

sexta-feira, março 29, 2013

Feliz Páscoa

(Foto de Iracema Leitão)

Já em tempo de primavera,
com a presença frequente da chuva e do frio,
mas esperando para breve temperaturas mais suaves e
as crescenças espontâneas de toda a vegetação e a decoração das flores nos campos da aldeia,
aqui ficam votos de Feliz Páscoa para todos os naturais e amigos de Chãos.

E mantenham a tradição!
As filhós, os biscoitos e os bolos de Páscoa, não podem esquecer.



(Foto de Iracema Leitão)
 

domingo, fevereiro 17, 2013

Meda - Freguesias do Concelho de Meda

(Torre da Igreja de Casteição)

REORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO CONCELHO DE MEDA
Finalmente foi publicada lei que determina a reorganização das freguesias:
Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, (Reorganização administrativa do território das freguesias).
O concelho de Meda, como era previsível, devido à cada vez menor densidade populacional das freguesias, sofre também as alterações seguintes:

Município de Meda
São criadas, por agregação, as novas freguesias:
- UNIÃO DAS FREGUESIAS DE MEDA, OUTEIRO DE GATOS
E FONTE LONGA                             que ficará com sede na MEDA
- UNIÃO DAS FREGUESIAS DE PROVA E CASTEIÇÃO  
                                               que ficará com sede na PROVA
- UNIÃO DAS FREGUESIAS DE VALE FLOR, CARVALHAL
E PAI PENELA                 que ficará com sede em VALE FLOR

Mantêm-se as restantes freguesias:

- AVELOSO ………………………………          AVELOSO
- BARREIRA ………………………………        BARREIRA
- CORISCADA ……………………………         CORISCADA
- LONGROIVA ……………………………         LONGROIVA
- MARIALVA ……………………………          MARIALVA
- POÇO DO CANTO ………....         POÇO DO CANTO
- RABAÇAL ……………………………..           RABAÇAL
- RANHADOS …………………………         RANHADOS
Para mais pormenores, poderá consultar a lei clicando aqui:   http://dre.pt/pdf1sdip/2013/01/01901/0000200147.pdf  

As alterações do Município de Meda encontram-se na página 552 (69).

domingo, fevereiro 03, 2013

O passado e o presente

"Chãos - anoitecer de inverno"

Esta fotografia, de rara beleza, junta casas antigas, um pombal, os carvalhos antigos, o campo, um rebanho e a paisagem desassombrada da nossa aldeia, traduzindo a face rural, mas salientando também a supremacia que nos confere uma altitude interessante (cerca de 870 metros) para encarar montes e vales e ver desaparecer o sol em toda a sua magnitude...
Apenas o poste dos telefones ( ou será da electricidade? ) ali marca a modernidade, mas passa despercebido, quase como mais um tronco de árvore.
Transparece este tempo de inverno e a inspiração de alguma nostalgia.
Esta foto, partilhada com o blog por Iracema Azevedo Leitão, podia ser tirada na actualidade ( como foi ) ou há uns séculos ( assim houvesse máquina fotográfica ). Agradecemos à autora mais este contributo.