terça-feira, novembro 24, 2009

Gelo de Janeiro


Estas fotografias foram obtidas em Chãos e Trancoso, em dias de muito gelo e do famoso sincelo, no início de Janeiro de 2005.
Como é uma paisagem única achei por bem partilhá-las neste blog.
As imagens falam por si...
DM (24 Nov 2009)

domingo, novembro 22, 2009

Viva Chãos!...

Por indicação do amigo Antero Monteiro, foi com prazer que fiz a primeira visita ao site de Chãos, terra amiga que me habituei a conhecer desde a minha infância. O pão de centeio, delicioso, que entrava em minha casa, era fabricado por uma extraordinária e bondosa padeira, a senhora Lucinda!... Nunca mais comi pão igual!... Depois, já nos meus tempos de juventude, os jogos de futebol amigáveis entre a minha aldeia (Moreira de Rei) e a equipa dos Chãos, em que o resultado era o que menos importava!... E mais ainda, os intercâmbios culturais, que os houve, entre o grupo de teatro dos Chãos, ao tempo liderado pela querida amiga Lurdes Martins (que há muito não vejo) e o grupo de Moreira de Rei que eu próprio comandava!... São muitas as afinidades com esta maravilhosa terra, onde Santo Amaro oferece remédio para as maleitas dos ossos!... E os amigos?...Já agora, convidava todos os amigos dos Chãos a visitarem este site: http://moreiraderei.info/
Nelson Veiga

sábado, novembro 21, 2009

TERRAS DE D. SANCHO I


Casteição, de que, desde sempre, fez e faz parte a aldeia de Chãos, teve o seu primeiro foral outorgado por D. Sancho I, “O Povoador”, em 30 de Julho de 1196. D. Afonso II reafirmou-lhe o foral em 11 de Novembro de 1217, e nova confirmação recebeu depois de D. Sancho II em 1234. (ver site do Município da Meda - http://www.cm-meda.pt/concelho/freguesias/Casteicao/Paginas/default.aspx ).
Fala-se de Casteição desde antes da nacionalidade, sem designação de vila ou concelho. Mas o estatuto veio com o foral, que concedia privilégios, para fomentar o povoamento destas terras da Beira, até então pouco habitadas.
“Os cavaleiros desta terra gozavam dos privilégios dos infanções (1) de todas as outras terras, tanto em juízo como em juramento, tendo supremacia em relação a eles, com dois juradores. Por seu turno os peões (2) sobrepunham-se aos cavaleiros vilões de outras terras tanto em juízo como em juramento, de igual forma com dois juradores.”
“Qualquer homem estranho à terra que descavalgasse cavaleiro de Casteição pagaria 60 soldos de multa. E entre outras disposições se fixava que os habitantes de Casteição não teriam outro senhor que não fosse o rei ou seus filhos se não por decisão do conselho.” (pág. 306 - in PATRIMÓNIO ARTÍSTICO DA REGIÃO DURIENSE, de Correia de Azevedo, impresso em Abril de 1972, na Escola Profissional de Santa Clara - Vila do Conde).
As gentes de Casteição, Chãos e Gatos, formaram um concelho durante cerca de 640 anos. Com grande distinção e alguns privilégios, derivados das dificuldades de manter a soberania nestas terras. Tenho a ideia de que, mesmo antes de existir a Meda, já por aqui estariam situados os nossos antepassados.
Em boa hora nasceu este blog, com outras armas, não menos importantes do que as de D. Sancho para fomentar o povoamento e para combater, mais uma vez, o despovoamento. Não que sejamos assim tão poucos, pois somos bastantes, espalhados pelo mundo, mas apenas porque estamos longe desta aldeia. Apoio por isso, desde já este blog, onde, como foi dito, todos poderemos comunicar e preservar a nossa identidade e a da nossa aldeia. Por mim, vou seguramente participar sempre que possível. Sem prejuízo de quaisquer outras iniciativas.
Antero Monteiro, Lisboa, 2009-11-21.

(1) Infanção - antigo título de nobreza, inferior a fidalgo ou a rico-homem;
(2) Peão – plebeu; soldado de infantaria;

sábado, novembro 14, 2009

O forno público


Este é um dos maiores símbolos da comunidade. Ao longo de décadas, aqui se cozia o pão de centeio que, bem cedo, rumava às feiras de Mêda e Trancoso. Transporte em fila de burras, mansas e ordeiras. As donas, de lenço na cabeça e a melhor farpela. E palmilhando cerca de 13 quilómetros para a Meda e cerca de 15 para Trancoso, contando que no regresso era outro tanto…
Foi durante anos uma indústria intensa. O forno sempre a trabalhar: Ali saía o pão estaladiço, e risonho que fazia alegrar os sonhos de quem estava.
Era local quase sempre de mulheres. Mas no tempo frio, era um dos locais onde se estava melhor e mais quente. Quantas vezes as temperaturas descem por estas terras a dois ou três graus negativos…
Os dias em que se cozia o pão era um dia grande e de muita satisfação em cada casa.
Ali, no “Tesinho”, assim chamavam o largo em que se situa, passavam muitas sacas de centeio transformadas em pão saboroso! E os bolos da Páscoa? Umas vezes por outras em dias de festa, também ali foram assados borregos, cabritos, bolas de carne, biscoitos e outros petiscos, que faziam a felicidade de muita gente.
A vida dura desses tempos fazia com que a felicidade das pessoas dependesse de pequenas coisas do dia a dia. Aqueles que viveram esses tempos bem podem ter saudades deles. Lembram-se?
Este é um local a preservar, um dos faróis mais antigos da comunidade dos Chãos.
Um símbolo de partilha, de utilização comum, de solidariedade, de bem comum, de fraternidade.

Beirão (2009-11-14)

quarta-feira, novembro 11, 2009

Dia de São Martinho

“Vai à adega e prova o vinho!”
A tradição deve manter-se, quando é positiva.
Conhecem melhores castanhas do que as martainhas da nossa aldeia ?
- Eu também não!
É o dia certo para beber a jeropiga, quem a fizer. Mas poucos a fazem.
Aproveitem a abrir uma garrafita de vinho do Porto, e partilhem com os amigos/as, os vizinhos… Principalmente na aldeia que já tem tão pouca gente.
Não se esqueçam, que depois de a garrafa estar aberta deve ser bebida, com toda a sua qualidade, numa semanita. Mas sem exagerar não a deixem durar mais de três meses.
Ainda tem a do ano passado!? Esqueça, porque já não parece feito de uvas.
Abra outra, e desta vez arranje quem o ajude a beber enquanto tem qualidade.
Com as melhores castanhas do mundo, um tinto da casa ou um bagaço da terra também caiem sempre bem.
Não esqueça que hoje é feriado na Mêda.
Se não se der bem com o S. Martinho, lembre-se do Santo Amaro, que é esse o “nosso” protector. Mesmo para quem não acredita, os santos, são sempre boa companhia. Pouco ou nada bebem…

Beirão, dia de S. Martinho-2009

domingo, novembro 01, 2009

Motivação do blog da Aldeia de Chãos

A aldeia de Chãos era, até às décadas de cinquenta-sessenta do século passado, densamente povoada, sobrevivendo essencialmente da agricultura. Para fazer frente às dificuldades da vida, partiram os naturais desta aldeia para os quatro cantos do mundo:
- Brasil, Angola, Moçambique, França, Alemanha, Suiça, Holanda, etc., e, claro, Douro, Lisboa, Porto, Guarda, Viseu, Braga, etc...

Este blog servirá para unir os naturais e amigos de Chãos, onde quer que se encontrem. Pela positiva, para fortalecer as nossas raízes e honrar os nossos antepassados.

Espera-se, assim, que os filhos de Chãos e os seus descendentes, aqui encontrem algumas respostas para a sua origem e origem dos seus, se tivermos engenho e arte, para, todos juntos, aqui trazermos a perspectiva histórica desta pequena aldeia, e a saga dos seus habitantes espalhados pelo país e pelo mundo.

Respeitaremos as regras de boa convivência, menosprezando aquilo que, num caso ou outro, nos pode dividir.
Entraremos na época da globalização e daremos as nossas notícias, a todos os que nos quiserem ler e visitar.
Contamos especialmente com os nossos vizinhos geográficos, do nosso concelho e dos concelhos limítrofes, dos montes e vales das terras graníticas das Beiras.
Será bem vindo, quem vier por bem! Passa a palavra! Participa!
Chãos, sempre e para sempre!
Beirão (2009-10-31)